Economia

Embalagens de agrotóxicos: Araranguá conta com unidade de recolhimento

Foto: Deize Felisberto

Foto: Deize Felisberto

A conscientização é a melhor maneira de se inserir novos comportamentos na sociedade. Entretanto, nem sempre isso acontece e a criação de leis “obriga” que a mudança ocorra mais rapidamente. A Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002 instituíram a logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos (Sistema Campo Limpo) para toda a cadeia do setor agrícola, incluindo agricultores, fabricantes e canais de distribuição.

Desde 2005, a região Sul conta com uma central de recebimento de embalagens vaziasgerenciada pela Associação dos Revendedores de Agroquímicos do Sul (Arasul), em convênio com Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), que recolhe as embalagens. Aproximadamente 110 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas são recebidas anualmente na unidade de Araranguá, abrangendo propriedades rurais das regiões da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc), Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), Associação dos Municípios da Região Laguna (Amurel), Grande Florianópolis e Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

O Sistema Campo Limpo,coordenado pelo inpEV, congrega mais de 90 indústrias, que respondem por 85% dos custos do sistema, sendo que cada uma destina recursos de forma proporcional ao volume de embalagens colocadas no mercado. Ao todo no país, são mais de 400 unidades de recebimento de embalagens vazias, gerenciadas por aproximadamente de 260 associações de revendedores.

Após o uso, embalagens precisam ser lavadas

“Os produtores rurais adquirem os defensivos agrícolas em aproximadamente cinco mil distribuidores e cooperativas e se responsabilizam pela lavagem e inutilização das embalagens pós-consumo para, então, enviá-las às unidades de recebimento. De lá, as embalagens seguem para seu destino final, que pode ser a incineração ou a reciclagem”, explica o responsável pela unidade de Araranguá, Dion Elias Ramos de Oliveira.

Conforme ele, o avanço nos últimos anos tem sido enormes com a conscientização dos agricultores, entretanto muitas embalagens chegam às unidades sem terem sido lavadas corretamente o que impede que a reciclagem ocorra. “Após o uso os produtores precisam lavar adequadamente as embalagens vazias e guardá-las com as suas respectivas tampas, rótulos e de preferência na caixa de papelão original. Ações itinerantes de recolhimento também são realizadas em data específicas próximas as propriedades para facilitar o recebimento”, acrescenta Oliveira. O produtor tem o prazo de até um ano, após a compra do produto, para devolver as embalagens vazias.

A orientação nos locais de compra dos defensivos agrícolas tem sido um bom canal para a destinação correta dos recipientes. De acordo com o gerente regional da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afulbra), de Araranguá, Leandro Richard da Silva, os agricultores da entidade são orientados para cumprirem com a devolução.

Saiba Mais:

Aproximadamente 95% das embalagens vazias de defensivos agrícolas colocadas no mercado têm a possibilidade de serem recicladas, caso sejam lavadas corretamente. Atualmente, 80% do total das embalagens comercializadas são destinadas, das embalagens plásticas primárias o percentual chega a 94%. Desde 2002, o volume de embalagens vazias de defensivos agrícolas que recebem destinação correta no Brasil chega a pouco mais de 311 mil toneladas.

Com informações do Portal Clicatribuna