Saúde

Definição do novo contrato do Hospital São José é adiada em 30 dias

Foto: Daniel Búrigo / Clicatribuna

Foto: Daniel Búrigo / Clicatribuna

O  novo contrato do Hospital São José só será conhecido daqui a 30 dias. Isso porque, em visita do secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, à cidade, ontem, foi definida a prorrogação do atual acerto por um mês para que as discussões sejam levadas adiante com a intenção de chegar a um acordo consistente entre as partes. Durante este prazo, os atuais valores e repasses serão mantidos para que o atendimento à população continue dentro da normalidade.

Conforme Kleinübing, a discussão teve avanços em vários sentidos, porém, não a ponto de chegar a uma definição. "Temos muitos pontos ainda a conversar e queremos fazer isso com calma e pensando no contrato como um todo, e não por partes", comentou.

De acordo com a irmã Libera Mezzari, diretora do Hospital São José, a proposta de prorrogação foi aceita por parte da instituição para que, ao longo desse tempo, seja possível construir um caminho mais justo a ser definido. "Nosso objetivo é manter o incentivo. Isso não foi possível e achamos válido ampliar a conversa. Apesar disso, também considerei que o encontro foi de avanço no diálogo e na compreensão da nossa situação", disse.

A última proposta feita pelo Estado aponta uma drástica redução no valor do incentivo, que passaria de R$ 1 milhão para R$ 202 mil.

Influência política pode ser caminho

Quem também acompanhou a negociação na manhã de ontem e concordou com a possibilidade de ampliar a conversa ao longo do pró-ximo mês foi o secretário de Saúde de Criciúma, Vitor Benincá. Para Benincá, o envolvimento dos deputados da bancada do Sul da Assembleia Legislativa de Santa Catarina – Alesc e o levantamento do maior número de dados possível será o caminho para alcançar um acordo. "Nós temos que decidir o que é justo. Acredito que todos os envolvidos tenham esse pensamento, e é para isso que estamos trabalhando. Apresentando dados que demonstrem a necessidade do valor, conseguiremos negociar da melhor maneira", disse.

A explanação de dados que comprovem a necessidade do Hospital São José de receber o incentivo no valor de R$ 1 milhão, conforme ele, será uma aposta, já que o valor não apresenta grande diferença com relação a outras verbas repassadas a hospitais em Santa Catarina. De acordo com o secretário, o valor chamado de "incentivo" é direcionado as mais variadas necessidades de custeio da instituição que não estejam ligadas exatamente à produção ou alguma rede, por exemplo.

Outros convênios

Outros dois convênios foram assinados na manhã de ontem, somando R$ 334 mil. Eles serão direcionados para a compra de equipamentos para as Unidades Básicas de Saúde do município. "Apesar de ser um valor bem menor em relação ao convênio do Hospital São José, esse convênio das unidades de saúde é de grande importância, pois está diretamente ligado ao primeiro atendimento do paciente, aquele que busca a sua unidade de saúde para consultas de rotina e não emergenciais. É um dinheiro investido na prevenção da saúde", afirmou o prefeito Márcio Búrigo.

Estado entrega R$ 14 milhões prometidos para reforma e ampliação

Um dos grandes motivos da visita de Kleinübing a Criciúma ontem foi também a entrega do valor prometido para reforma e ampliação do Hospital São José. Ainda durante a manhã, foi assinado o convênio do Invest Saúde, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDS, repassando R$ 14 milhões à instituição. O valor será investido na construção de 24 leitos de internação, 20 leitos de UTI, oito salas cirúrgicas e uma nova central de esterilização.

Repasses eram aguardados

O investimento foi anunciado em janeiro e a instituição aguardava com ansiedade sua liberação, já que a obra está parada e a programação era de que fosse retomada já em março. A expectativa é de que os trabalhos estejam concluídos em aproximadamente 15 meses.

Protestos marcam visita do secretário

Durante a visita do secretário, dezenas de pessoas fizeram manifestação de revolta por conta dos problemas na entrega de insulinas. Carregando faixas e falando palavras de ordem, a corretora de imóveis Fabrícia Canarin esteve entre as pessoas que fizeram questão de ir até a Agência de Desenvolvimento Regional – ADR demonstrar sua insatisfação. "Tenho três filhas diabéticas e sei o quanto é custoso conseguir essas insulinas. Elas precisam de dez a 11 frascos da insulina Lantus por mês. Gostaríamos que não precisasse fazer uma manifestação a cada atraso, brigando pela vida dos pacientes", disse.

Conforme Kleinübing, as questões que envolvem a farmácia judicial precisam ser rediscutidas. "É o Ministério da Saúde que faz o protocolo e é ele quem nega a insulina. Não o Estado. A responsabilidade de arcar com esses altos custos é discussão que temos que ter como sociedade", comentou.

Com relação aos medicamentos que ainda não foram entregues, o secretário garante que há perspectiva de regularização nos próximos 15 dias.

Com informações de Mayara Cardoso / Clicatribuna