Economia

Das dezenas aos milhares, doces mudam a vida de urussanguense

Ana Maria Cremer começou fazendo doces e salgados em casa, e hoje comercializa mais de 30 mil unidades por mês

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

O sonho da urussanguense Ana Maria Cremer, de ter o negócio próprio, começou a se desenhar há 11 anos, com a chegada do filho caçula. Ela teve de deixar o emprego para cuidar da criança, mas sentia necessidade de ter a própria renda. “Eu não sabia o que fazer, só a certeza de que precisava desenvolver algo que me desse dinheiro. Então eu soube que a mulher que vendia doces na festa da comunidade que eu morava não compareceria. Me disponibilizei a fazê-los e o presidente do evento aceitou”, conta ela.

Foi a primeira vez que Ana comercializou as iguarias. Dali em diante, não parou mais. Com o chamado “boca a boca”, foi tornando-se conhecida não só no município, mas em toda a região. “Eu vi que o negócio podia dar certo. De 100 em 100, mil em mil, fui aumentando significativamente a produção. Passei por quase todas as comunidades do município em festas religiosas, comecei a fazer aniversários, casamentos, todo o tipo de evento”, explana.

Com o crescimento do negócio, surgiu a necessidade de um espaço mais amplo e apropriado. Então, há três anos, Ana procurou auxílio na Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Credisol, onde conseguiu viabilizar seu microcrédito. Com o valor, ela reformou o porão, onde até hoje produz, além de ter comprado um freezer novo. “Foi o divisor de águas na minha vida. Com um espaço maior, pude aceitar mais encomendas e começar a fazer salgados também”, pontua.

Hoje, além de Ana, a filha e uma amiga trabalham no mesmo espaço. Elas chegam a entregar 20 mil salgados e 10 mil doces por mês, com pedidos de toda a região. Durante a semana, a doceira costuma acordar às 5 horas para preparar as massas. O ritmo acelerado segue até 22h, 23 horas, por vezes até mais. “Trabalho muito, mas amo tanto o que faço e não me vejo mais em outra atividade. Participo de seis, sete cursos de aperfeiçoamento por ano, sempre buscando novidades para os meus clientes”, comenta.

A intenção da urussanguense, lembra, é ampliar e melhorar o espaço e montar uma cozinha industrial no ano que vem. “Não quero parar, a ideia é continuar crescendo. Sempre, é claro, prezando pela qualidade dos doces, salgados e tortas”, fala, evidenciando que “o sol nasce para todos. Se fizer um trabalho bem feito, com certeza ele dará certo”.

Hoje, Ana faz mais de 20 variedades de tortas, cerca de 25 tipos salgados assados, fora os fritos, e 50 de doces. “Na verdade, a quantidade de doces é praticamente ilimitada, já que pode-se realizar alterações, mudar sabores”, comenta, ao mencionar as trufas, camuflados, copinhos, doces personalizados, tortinhas, doces com foto, etc. Também merecem destaque os mini hambúrgueres, sushi de mortadela defumada , cupcake, camafeus, mini-pizzas, entre outros.

Chances de sucesso são potencializadas pela Credisol

Para oferecer microcrédito com orientação técnica, foram estruturadas, em todo o Estado, as Oscips. Na região, a Credisol é a responsável por desenvolver este trabalho. Constituída em 1999, sob coordenação da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina SA (Badesc), ela atende exclusivamente as regiões da Amesc e da Amrec, oportunizando crédito para empreendedores de atividades produtivas de pequeno porte, como costureiras, cabeleireiras, manicures, pintores, pedreiros, faccionistas, autônomos, consultoras de cosméticos, etc.

De acordo com o coordenador regional, Eduardo R. Manenti, a Credisol oportuniza crédito aliado a orientação técnica para que os recursos obtidos sejam utilizados da melhor maneira possível, potencializando as chances de sucesso nos pequenos negócios. “Mesmo na informalidade nós enxergamos estas atividades como empresa, pois elas assumem riscos, têm necessidade de investimento e ativam a economia local. Acreditamos que não basta apenas o crédito, é preciso orientar”, destaca. 

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação