Esporte

Comunidade espera há anos por quadra poliesportiva em escola de Tubarão

Gestores não encontram soluções e, enquanto isso, quem paga a conta são os alunos, professores e os pais.

Foto: Jailson Vieira/Notisul

Foto: Jailson Vieira/Notisul

A Escola Municipal João Hilário Mello, no bairro Sertão dos Corrêas, em Tubarão, foi inaugurada em julho de 1991 e, desde então, a luta para a construção de uma quadra poliesportiva é o sonho dos alunos, pais, professores e funcionários da comunidade.

Porém, este sonho tem sido esbarrado pela falta de iniciativa dos governantes que há anos negociam com o dono de um terreno em frente à unidade para tentar a construção da quadra, mas até agora nada.

Em 2004, um Projeto de Lei de autoria do poder executivo autorizava o município a adquirir a área de terra de propriedade de Salésio Menegaz Corrêa, para ampliação da escola. Na época, foram destinados pelo departamento contábil da prefeitura para a aquisição do imóvel a quantia de R$ 23.293,53. Entretanto, esses valores não foram entregues ao proprietário do terreno.

“Se pagaram para alguém não tive conhecimento, meus filhos, minha esposa e ninguém da minha família recebeu. Desde sempre estive disposto a negociar, ofereci um valor bem abaixo para poder contemplar as crianças. Sou pai e avô e sei da importância do esporte na formação desses jovens. Nesses anos todos foram mais de 20 reuniões e nada, já apareceram outros compradores, mas espero que a prefeitura possa adquiri-lo”, explica Salésio.

O seu terreno fica em frente à escola. Como necessitam atravessar uma rua (de asfalto e muito movimentada), pais e professores acreditam que uma passarela pode ser feita. Enquanto isso, as atividades esportivas são realizadas em um campo que fica há 300 metros da unidade de ensino, porém, é necessário atravessar uma via que passam ônibus e caminhões a todo o momento.

De acordo com o estudante José André Inácio Neto, de 16 anos, esta situação é muito complicada. “Sou aluno do nono ano e me mudei recentemente para esta localidade, mas é visível as dificuldades apresentadas. Precisamos andar uns 300 metros para fazer educação física em um campo próximo. Até as 10 horas este campo  fica encharcado (devido ao sereno da noite), mas não temos outra escolha. Quando chove ficamos o dia todo em sala de aula, não há alternativa”, lamenta o aluno.

Mãe e filha vivem a mesma situação; terreno nem foi comprado 

Já para a construção da escola no início dos anos 1990, a comunidade arrecadou dinheiro para a edificação por meio de rifas, bingos e doações. Conforme a ex-aluna e agora mãe de uma menina do 7º ano, Ednéia Bittencourt, a esperança era que tudo estivesse pronto o quanto antes.

“Quando éramos alunos já esperávamos pela quadra e agora como mãe tenho lutado junto com a comunidade para que o terreno seja comprado pelos nossos gestores e que construam o espaço para os nossos filhos. Em competições, os nossos estudantes acabam passando vergonha por não terem a noção ideal de uma quadra, por exemplo. É decepcionante. Já passei por isso”, recorda.

De acordo com os representantes dos pais e professores, todos os anos a escola recebe manutenção, como pintura tudo porque os professores e alguns pais realizam esta atividade. “Estamos desacreditados. Cadê o dinheiro que seria investido nos terrenos em 2004? São mais de 270 alunos que não recebem a atenção devida. Se a prefeitura não consegue uma solução para o caso, quem conseguirá?”, questiona.

Em novembro, a unidade servirá de alojamento para os Jogos Abertos de Santa Catarina. Segundo a ex-aluno, o primeiro passo será a compra dos terrenos. “Se a aquisição do local já é uma novela, imaginamos a construção do prédio”, observa.

Com informações do Jornal Notisul