Saúde

Caso suspeito de zika vírus é investigado em Tubarão

Foto: Marcelo Becker / DS

Foto: Marcelo Becker / DS

O último boletim epidemiológico de dengue, zika e chikungunya foi divulgado ontem pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde – Dive/SC e aponta um caso de zika vírus em investigação em Tubarão. Até o momento, a cidade não tinha nenhum caso registrado.

A prefeitura explicou, porém, através do Departamento de Comunicação – Decom, que uma pessoa residente no Rio de Janeiro veio passar férias na região, e, após apresentar os sintomas relacionados com a febre zika, procurou uma clínica médica particular em Tubarão tendo como suspeita a doença.

“Por ter realizado a consulta em Tubarão, é de responsabilidade da Vigilância Epidemiológica do município encaminhar a coleta para análise em Florianópolis, que ainda segue em investigação. Ressalta-se que até o momento não foi diagnosticado nenhum caso da febre zika em Tubarão”, apontou o órgão. Não foi confirmado ainda se o visitante tem zika vírus, já que o caso segue em análise.

Conforme o boletim, há outro caso em investigação próximo à região da Amurel – em Garopaba. Braço do Norte foi o único município da região com um caso já confirmado – que estava citado nos boletins anteriores da Dive, com um caso importado provavelmente de Sergipe. Neste ano, não foram registrados casos de dengue e de febre chikungunya na Amurel.

Foram notificados 1.260 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 155 (12%) foram confirmados pelo critério laboratorial, 422 (33%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 683 (54%) casos estão em investigação, aguardando resultado laboratorial.

Do total de casos confirmados (155) até o momento, 20 (13%) são autóctones, com transmissão dentro de SC, 27 (17%) são importados (transmissão fora do Estado) e 108 (70%) estão em investigação para definição do provável local de infecção.

Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti em Santa Catarina, até a “semana epidemiológica” 5/2016 (de 1º de janeiro a 6 de fevereiro de 2016) foram identificados 1.224 focos, em 84 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 1.345 focos em 55 municípios.

No período de 1º de janeiro a 6 de fevereiro, foram notificados 49 casos suspeitos de febre de chikungunya em Santa Catarina, todos permanecendo em investigação. No mesmo período, foram notificados 58 casos suspeitos de febre do zika vírus em Santa Catarina. Destes, cinco (9%) foram confirmados (quatro pelo critério clínico-epidemiológico e um pelo critério laboratorial), 23 (40%) foram descartados e 30 (52%) permanecem em investigação.

Todos os casos confirmados são importados. Estes casos foram identificados em Braço do Norte, Brusque, Florianópolis e Ipuaçu, e os prováveis locais de infecção foram os estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Sergipe.

Foco

Na quarta-feira, em Capivari de Baixo, foi encontrado um foco do mosquito Aedes aegypti em um terreno de uma empresa no bairro Caçador, em uma armadilha, com sete larvas positivas. Quando um foco é encontrado, são adotados procedimentos como uma varredura em um raio de 300 metros do local. O foco estava localizado nas proximidades da Escola Básica General Osvaldo Pinto da Veiga.

Laguna e São Ludgero no combate

O combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, será reforçado em Laguna a partir deste sábado (13). Na Cidade Juliana, homens da Marinha se juntarão a profissionais da Secretaria de Saúde. As primeiras ações ocorrerão nos bairros Vila Vitória, Progresso e Barbacena. 40 marinheiros e 20 servidores municipais atuarão nesta primeira etapa. Orientação e panfletagem serão colocadas em prática.

A segunda etapa, entre os dias 15 e 18, servirá para executar a coleta de materiais e a identificação de possíveis focos. Uma equipe da Secretaria de Obras deve auxiliar nos trabalhos.

Os detalhes iniciais foram debatidos em reunião na Delegacia da Capitania dos Portos, ontem, em Laguna.

O coordenador do Programa de Combate à Dengue em Laguna, Marco Aurélio da Silva Souza, pede a colaboração do cidadão nas visitas e no controle à proliferação do mosquito. “Quanto mais profissionais, melhor o resultado”, conclui.

São Ludgero realizará no sábado o “Dia D” de mobilização contra o mosquito. O trabalho mobilizará a equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde e voluntários das 7h30 às 12h.

Uma reunião foi realizada na quarta-feira para planejar as ações. Entre os trabalhos durante a força-tarefa, haverá distribuição de cartilhas e folders alertando sobre o mosquito e a responsabilidade das pessoas em manterem suas residências e seus estabelecimentos sem recipientes com água parada, evitando o surgimento de criadouros. Além disso, serão realizadas visitações alertando sobre o problema e que a prevenção é o melhor caminho.

Exército mobilizado para combater o mosquito na região

A iniciativa do governo federal de mobilizar as Forças Armadas para ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti começou a ser colocada em prática em Tubarão ontem na 3ª Companhia do 63º Batalhão de Infantaria, que irá atuar em uma força-tarefa junto com a prefeitura e governo do Estado na prevenção da dengue, zika vírus e a febre chikungunya. Os trabalhos de informação à população e combate ao foco do mosquito em Tubarão e Capivari de Baixo irão mobilizar em torno de cem militares.

A primeira etapa dessa mobilização ocorreu entre os dias 29 de janeiro e 4 de fevereiro, com instruções internas no Exército em todo o país. A segunda etapa será iniciada amanhã, quando os militares farão a distribuição de panfletos sobre a mobilização prestando diversos esclarecimentos nas residências e comércios.

Um trabalho de informação e conscientização mais intenso vai ocorrer entre os dias 15 e 19 nas escolas do ensino médio e fundamental. Será durante esse mesmo período que os militares estarão atuando nas ruas para combater os focos do Aedes aegypti.

O fornecimento de larvicidas, inseticidas e outros produtos necessários para o trabalho ficará por conta das secretarias de Saúde do Estado e do município, que também irão definir os agentes de saúde, sanitaristas e outros profissionais que irão atuar nessa força-tarefa.

“Vamos usar todo o nosso pessoal disponível aqui no batalhão”, comentou o comandante da 3ª Companhia, major Marcelo Souza de Pinho.

O combate aos focos do mosquito ocorre entre os dias 15 e 18 de fevereiro, segundo o cronograma nacional, mas os trabalhos podem se estender caso haja necessidade. A intenção do Exército é percorrer o maior número de imóveis possível, mas eventuais recusas por parte dos proprietários serão respeitadas sem réplicas ou insistência.

A orientação aos militares, nesse caso, é comunicar a recusa aos superiores para que a situação seja resolvida posteriormente pela Vigilância Epidemiológica ou prefeitura.

Com informações do site Diário do Sul