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Casa é infestada por lagartas em Orleans

Quando Roseli Laurentino da Silva saiu para trabalhar na última terça-feira (26), por volta das 5h30min, não avistou nenhuma anormalidade em sua residência. Porém, uma hora e meia depois, quando a filha Franciele da Silva chegou na casa, localizada no bairro Lomba, em Orleans, levou um grande susto: a residência estava infestada por  lagartas, popularmente conhecida como bira.

“Foi muito rápido, quando vimos, já havia uma grande quantidade. Elas se espalharam pela parede da frente e pela área. O dedetizador disse que havia a altura de um palmo de lagartas dentro da caixaria da casa”, contou Franciele.

De uma árvore que fica há dez metros de distância, as lagartas migraram para a casa. A família mudou-se para a residência há quatro anos. Mas Roseli morou durante 34 anos em outra que fica aos fundos. Ela conta que nunca viu nada parecido.

Conforme o gerente regional da Epagri, Realdino José Busarello, o clima está propício para a proliferação de lagartas. “A umidade não permite a sobrevivência dos ovos e a pouca chuva na região faz com que elas se reproduzam mais facilmente”.

Assustada com a situação, Franciele foi até a agropecuária comprar um veneno. Após diluir 50 mililitros em 20 litros de água e depositar em um lava jato, foi ela mesma quem aplicou o produto. Mas, além de não solucionar o problema, correu risco.

“Não tenho preparo e nem proteção para passar. Os animais vão caindo da parede enquanto o produto é aplicado, o que é perigoso, já que ela provoca queimadura quando encosta em alguma parte do corpo”.

Horas depois, as lagartas não haviam desaparecido, pelo contrário, haviam multiplicado. Roseli conta que não saber com quem contar em uma situação como esta, torna tudo ainda mais desesperador. “Deveria haver um órgão público para nos amparar em casos assim. Ligamos para vários números, mas ninguém veio nos prestar socorro”.

De acordo com o Sargento Freitas do Corpo de Bombeiros Militar de Orleans, esta função não compete a eles. “Só podemos intervir em casos de perigo iminente. Já atuamos em ocorrências com cobra, enxame de maribondo e de abelha. Mas as lagartas não irão atacar. Apesar da grande quantidade, combater a infestação não cabe a nós”, explicou.

O gerente da Vigilância Sanitária do município e médico veterinário das unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESFs), por sua vez, diz que só eles poderiam atuar caso alguém tivesse se machucado.

“Nós não temos autorização, preparo e nem equipamento para eliminar a infestação das lagartas. Nós atuamos quando alguém encosta na lagarta, por exemplo. Aí o paciente vai no posto de saúde. Lá, uma ficha no Sistema de Informação de Agravos de Notificação é gerada e encaminhada para a epidemiologia. Com isso, seria coletada e identificada a espécie para saber se não oferece nenhum risco à saúde”, explicou.

Sendo assim, por volta das 18h, a família contratou uma empresa de dedetização, que resolveu o problema.

Cuidados

O neto de Roseli, com um ano de idade, fica na avó durante o dia e também há um cachorro na residência. Conforme Busarello, nesses casos, o cuidado deve ser redobrado. Ana Paula da Silva, uma das quatro moradoras do local, encostou o braço nas lagartas quando foi trocar uma escada de lugar, provocando vermelhidão na região.

Conforme a Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica, é bastante comum causar queimaduras, reações alérgicas e/ou inflamações quando a pele entra em contato com o animal. Algumas espécies podem provocar risco de morte caracterizado por alterações na coagulação do sangue.

Após o contato com as lagartas, aconselha-se que água corrente seja derramada no local e que o membro afetado seja elevado. Posteriormente, deve-se procurar um posto de saúde ou hospital mais próximo. Se possível, recomenda-se levar a lagarta em um frasco com a tampa furada para verificação da espécie. Uma pinça deve ser utilizada para pegá-la.

Ketully Beltrame

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