Segurança

Base da PM no Guatá não será instalada

Caiu como um ‘balde de água fria’, a notícia de que a base da PM pretendida pelos moradores de Guatá não será instalada. O anúncio foi feito durante reunião no Centro Comunitário do distrito, na noite desta quarta-feira (20), às 18h30min, onde estavam presentes lideranças comunitárias, cúpula da PM e moradores, pelo tenente coronel José Luiz da Silva, que representou o comandante da 6ª Região da Polícia Militar coronel Lênio Espíndola, no encontro.

Também estavam presentes na reunião o comandante do Batalhão de Urussanga, capitão Sandi Muris de Medeiros Sartor, o comandante do pelotão de Orleans, tenente Daniel Comerlato, o comandante do Destacamento de Lauro Müller, sargento Samarone da Silva e o comandante do Posto 15 da Polícia Militar Rodoviária de Guatá, sargento Volnei Lavezzo.

Segundo dados da PM, o município de Lauro Müller conta atualmente com 13 policiais militares atuando no Destacamento no Centro e mais 13 no Posto 15 da Polícia Rodoviária em Guatá, totalizando 26 profissionais.

Um levantamento apresentado à comunidade mostrou que em 2014 foram registrados, no Guatá, três furtos, duas prisões por tráfico de drogas, um homicídio, um latrocínio, 18 perturbações de sossego e nenhum assalto. Os números de 2015 mostram que até maio foram dois furtos, seis prisões por tráfico de drogas, 10 perturbações de sossego e nenhum registro de homicídio, latrocínio e assalto.

Para o tenente coronel Silva esses números comprovam a boa atuação da polícia na comunidade e que a criminalidade está controlada. “Se compararmos com os registros de outros municípios aqui da região, veremos que aqui está bem abaixo e sob controle. Não há motivo para pânico ou alarmar a população, pois a estatística mostra isso”, destacou.

Após apresentar os dados estatísticos das ocorrências e o comparativo de policiais, Silva fez o seguinte anunciou. “A base não vai sair. Vocês tem que mudar o foco. Sou franco em dizer, não tem como colocar em operação esta base. É preciso buscar outra forma de ajudar o Guatá nesta questão da segurança”, pontuou, aconselhando a comunidade a unir forças para lutar por mais policiais para o Destacamento de Lauro Müller.

“Os Conselhos de Segurança (Conseg) estão dando certo em Içara e podem ser usados aqui. Tem também o programa Vizinho Solidário”, disse Silva. A medida consiste em organizar vizinhos para que observem e relatem para a PM pessoas, veículos ou movimentos estranhos nas residências mais próximas. “Outra ação é o repasse de informações para a PM”, disse o policial.

A população guataense, estimada em aproximadamente quatro mil habitantes, vinha há mais de 16 anos pleiteando a presença constante da PM na comunidade, por meio de um posto avançado.

Para o presidente e o vice da Associação de Moradores de Guatá, Manoel Jades Izidorio e Claudio Lotin, respectivamente, o antigo comandante regional da PM mentiu e enganou o povo. “Em maio do ano passado, durante uma audiência de combate às drogas, realizada aqui no Guatá, o coronel Ed’oner Paes Sá, que era na época o comandante da PM na região, garantiu a instalação da base diante de mais de 200 pessoas que participaram daquela reunião. Ele não cumpriu a promessa. O que ele fez foi mentir para nós, infelizmente”, lamentaram.

Tanto o presidente da associação Manoel Jades Izidorio, quanto às demais lideranças comunitárias, reconheceram a dificuldade pela qual passa a PM para conseguir aumentar o seu efetivo no Estado e assim contemplar os anseios de Lauro Müller e demais municípios catarinenses que clamam por mais policiais.

Eles agora pretendem seguir o conselho de Silva e começar a trabalhar para conseguir aumentar o efetivo da PM no município, para quem sabe, verem circulando nas ruas do distrito mais uma viatura policial, já que atualmente, só uma está em operação e não consegue cobrir adequadamente todo município.

O que fazer com prédio reformado?

A secretária de Administração do município, Soraya Cúrcio Librelato, participou da reunião e ao final disse ter ficado surpresa com o anúncio. “Não esperávamos por isso. Agora vamos ter que estudar junto com o prefeito Fabrício uma boa destinação para aquele prédio, pois foi reformado por inteiro e certamente vai servir para alguma coisa”, ressaltou.

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