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Após abandono de mina, moradores ficam sem água em Forquilhinha

Carbonífera Criciúma fazia abastecimento de comunidade em Forquilhinha. Empresa afirmou não ter sido comunicada sobre o problema.

Foto: José Albino/Imagens RBS TV

Foto: José Albino/Imagens RBS TV

Primeiro, os salários dos mineiros começaram a atrasar na Carbonífera Criciúma, no Sul de Santa Catarina, depois houve demissões, as rescisões sem pagamento e, por último, o abandono da mina. O problema agora é a falta de fornecimento de água para a comunidade São Gabriel, em Forquilhinha, também no Sul, antes uma atribuição da mina.

A cisterna da casa do aposentado Valério Daminelli, por exemplo, está praticamente vazia há mais de seis meses. Desde que a mina parou de fornecer água para a comunidade, a família tem que se virar com a água de um poço artesiano. “Essa água é para a casa e mais nada, para beber, compramos três galões por mês”, contou Daminelli.

Vinte famílias sem água

Na localidade de São Gabriel, são quase 20 famílias na mesma situação. Na cisterna da casa da funcionária pública Albertina Uliano, há apenas água da chuva usada no banheiro e para a limpeza da casa. Por isso, muitas vezes, a louça acaba acumulando na pia. Para beber e cozinhar, ela busca água na casa do filho.

“Tiramos água da piscina para lavar louça, roupa, banheiro. Estamos buscando água fora para fazer uma reserva e comprando água para beber, mas é difícil, né?”, disse Albertina.

Até o ano passado, era a carbonífera que fornecia água toda semana para a comunidade, mas, com o fechamento da mina, o abastecimento foi cortado. Os moradores dizem que muitos poços também secaram por causa da mineração e o fornecimento de água para a comunidade foi um acordo feito com o município antes da instalação da mina na cidade.

5 km para buscar água

O poço da propriedade de Jaime Premoli é um dos poucos que ainda tem água, mas, ainda assim, ele dirige o caminhão todos os dias e anda pelo menos cinco quilômetros para pegar água no vizinho. “Estamos buscando água direto, 500 litros por vez, no vizinho. Este é um problema sério”, disse o agricultor.

Os moradores querem uma solução para o problema. “A gente tenta se virar como pode, mas está difícil”, disse Albertina. Conforme a Carbonífera Criciúma, a empresa não foi informada sobre o problema e só se manifestará a respeito quando for oficialmente comunicada.

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) disse à RBS TV que na região de Forquilhinha o fornecimento está normal.

Falta de pagamento

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) informou que o abastecimento da comunidade de São Gabriel, em Forquilhinha, está sendo prejudicado porque a Carbonífera Criciúma está com o pagamento da conta de água em atraso.

“O corte foi realizado em dezembro do ano passado, já que a conta chega a um valor significativo, com possibilidade inclusive de prejudicar o sistema de abastecimento do pequeno município do Sul do Estado”, explicou em nota.

Ainda conforme a Casan, a companhia é parceira da prefeitura de Forquilhinha e avalia a possibilidade de estender a rede de água até essa comunidade. Para avaliar essa alternativa, a Companhia solicitou à prefeitura um levantamento topográfico e o cadastro de residências da comunidade de São Gabriel.

“A parceria já foi bem-sucedida na expansão da rede de abastecimento para as comunidades rurais de Sanga do Café, Sanga do Engenho e Santa Rosa”, também menciona a nota.

Com informações do G1 SC